O Banco do Brasil apresenta Imago – Pinturas de Taigo Meireles.
O projeto é a continuidade de uma pesquisa realizada por Taigo Meireles para Ecrã, sua exposição anterior, na qual o pintor apresentou um apanhado de imagens que circundam a história da arte e do cinema, numa revisão de referenciais que o acompanharam durante sua formação.
O artista plástico brasiliense coloca agora em discussão o excesso de imagens com que somos bombardeados, às vezes inconscientemente, em nossa rotina dos dias atuais.
Com Imago – Pinturas de Taigo Meireles, o Centro Cultural Banco do Brasil busca mais uma vez reconhecer e fomentar a qualidade da cena artística da capital federal e reafirma seu protagonismo na democratização do acesso à arte e na formação de público, por meio de uma programação plural, regular, acessível e de qualidade.
Agnaldo Farias
É certo que o consumo excessivo de imagens provenientes das fontes mais diversas, acentuado com o predomínio das telas minúsculas que trazemos nas mãos e que manipulamos com compulsão semelhante à das senhoras de antigamente rezando seus terços, provocará indigestão em quase todos, além do presumível cansaço irreversível das retinas. Indiferentes ao mundo deixamo-nos saturar por imagens dele. E somos atravessados por imagens que são representações diretas de frações do que antes era chamado de realidade, mais ainda por imagens provenientes de outras imagens, imagens de imagens de imagens compondo uma espiral sem fim, um movimento excessivo, desbordado, voltado à captura do nosso olhar, buscando interessá-lo a despeito de sua saciedade.
A questão demanda uma compreensão urgente, dado que estamos sendo sufocados pelas imagens. Quem melhor que um pintor, um pensador da produção de imagens, que entende de onde elas vêm, como são fabricadas, a lógica de sua atuação em nós? Taigo Meireles reúne erudição com ousadia, dois recursos raros, sobretudo quando associados.
Taigo intitulou essa sua exposição de Imago, cuja raiz etimológica remonta à palavra latina imagem. Registre-se que imago ganhou novas conotações com Jung; para ele, refere-se à maneira em que as relações interpessoais, reais ou alucinatórias, incidem no modo como uma pessoa percebe os outros. Pois, para o nosso artista, imago conecta-se ao processo como concebe e produz as imagens que protagonizam suas pinturas.
Tigres (extraídos de toalhas de praia?), cavalos (inspirados em cartas de baralho?), gorilas (de cinema?), São Jorge espetando o dragão, decalcados nas imagens feitas em porcelana que adornam os altos das cristaleiras das casas dos avós e, junto a isso, retratos de Van Gogh, Rembrandt, da infanta Margarida, de Velásquez, todos eles realizados por meio de gestos e cores que a um só tempo destroem e reverenciam os originais. A erudição de Taigo Meireles concilia universos tratados separadamente e se estende pelo elenco desconcertante de imagens insólitas, onde é frequente a sobreposição de códigos diversos, a convivência de soluções contraditórias, evidências do lastro intelectual e técnico do artista. Contemple qualquer uma das pinturas dedicadas ao lobo-guará e perceberá como será difícil esquecê-la. Percorra lentamente a exposição e perceba a importância de um artista capaz de produzir imagens duradouras.
Patrocínio
Banco do Brasil
Realização
Centro Cultural Banco do Brasil
Curadoria
Agnaldo Farias
Coordenação do projeto
Gestão e Arte
Produção
Magnólia – Produtos e Artefatos Culturais
Assistente de Produção
Stéphane Valadares
Coordenação de montagem
Chico ao quadrado – Arte e Montagem
Pintura
LM Montagem de Cenários
Projeto expográfico
Stéphane Valadares
Design
Gráfico Pedro Menezes
Fotografia
Leonardo Hladczuk
Haruo Mikami
Videomaker
Rafael Barroso
Assessoria de Imprensa
Pedro Brandt
Projeto luminotécnico
Landim Produções
Mediação
Bruna Paz
Jorge de Oliveira
Marcelle da Silva Calil
Leonardo Palhares